sábado, 21 de março de 2009

Cesta de Frutos


(Parte 2)
Dos frutos da solidão, as senhorinhas “empetecadas” até a alma, as solitárias das ruas. Estas surgem passeando, sempre sorridentes. Quando tenho tempo, paro para conversar. Já desci a Avenida Angélica com uma me contando sobre sua vida sem filhos, do tempo em que trabalhou como secretária bilíngüe para um chefe rabugento, morto em um acidente. Daquela década em diante nunca mais conseguiu emprego, mas sempre está com trajes bem cortados para um possível trabalho, um luxo!

Símbolo dos frutos do “capitalismo inocente” ,eu observo um grupo de moças da cidade de São Paulo, mais precisamente da rua denominada Oscar Freire. Excluo as ricas cariocas deste capitalismo inocente, pois pobre no Rio é mais abusado e lá existe um olho no olho que em São Paulo é i–n-e-x-i-s-t-e-n-t-e. Pois bem, os frutos da Oscar Freire, perambulam entre seguranças, cachorros e mesas de café postas em passeio público.

Fofas, estas meninas conhecem São Paulo,vamos dizer...Assim: da Oscar Freira para casa, da casa para o colégio,do colégio para a Oscar Freire e claro, do alto, rumo à Miami. Seria politicamente incorreto para alguns, mas fico curiosa com a perceptível inocência de quem não cresceu em contato com a realidade urbana.
Se esta inocência tivesse um fim,e se este fim não aparecesse mediante a violência. Como seria esta transição?

Olha leitor, a cesta de frutos desta mente disléxica possui vários exemplares, mas me lembrei dos que mais me encantam. Desaprendo a observar com o passar dos anos.É minha cura.Mas cá para nós, não há como não prestar atenção neste mundinho particularmente feminino.

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